14 de fev. de 2011

Neopatrimonialismo – (Abordagem Sintética)

A contabilidade é uma ciência social (apesar de muitos acharem que seria algo como ciência exata ou até ciência oculta como já ouvi em algumas brincadeiras) e sendo assim é passível de evolução contínua,
evolução esta que quando está num certo nível, cria-se uma espécie de marco que divide a história dela no antes e depois.
Temos na história da contabilidade vários e vários marcos que demonstravam que esta ciência havia a partir daquele momento reunido condições de ser apresentada para a sociedade com novas técnicas e tecnologias que a faziam atual e capaz de atender aos anseios daqueles tempos. Desta forma podemos ver na evolução desta ciência vários destes momentos: Contismo, Neo-contismo, Controlismo, Personalismo, Reditualismo, etc., até chegarmos ao que chamamos de corrente Patrimonialista, que é como conhecemos a contabilidade atualmente.
O Neopatrimonialismo vem com suas teorias e teoremas acompanhar a evolução do mundo como um todo e criar mecanismos para que possamos representar e entender em nossos demonstrativos aquilo que é importante para o gestor na organização e assim poder conduzi-la de forma efetiva.
Esta nova corrente tem sua base fundamentada no que faz o patrimônio se modificar (ou mover-se como descrito pelos principais autores), diferentemente do patrimonialismo (corrente adotada atualmente) que tem por finalidade somente o patrimônio, tendo assim esta última, uma visão mais simplista e restrita.
A ação destes fatores, classificados como endógenos (internos) ou exógenos (externos), na empresa (ou azienda) fazem com que ocorram as relações lógicas que irão gerar os fenômenos patrimoniais que tem como finalidade a satisfação das necessidades dos sistemas patrimoniais que são os básicos: liquidez, resultabilidade, economicidade, estabilidade; auxiliares: produtividade e invulnerabilidade; e complementares: elasticidade e socialidade; na medida certa, nem a mais nem a menos, podendo estas relações lógicas se darem em mais de um sistema patrimonial através da interação sistêmica, tendo como principal finalidade, a satisfação ou alcance do objetivo final da empresa (ou célula social) que é a satisfação plena das necessidades do patrimônio, tendo esta, assim, condições de alcançar a prosperidade.
Esta corrente foi criada no Brasil pelo saudoso Professor Doutor Antônio Lopes de Sá, que foi reconhecidamente um dos maiores pensadores contábeis do mundo e que, infelizmente, fora da área contábil é quase um desconhecido.
O desenvolvimento desta corrente se iniciou nos anos 60 e está em constante evolução, porém, o que temos hoje são as bases como os axiomas, os postulados, algumas técnicas, etc. que foi deixado pelo nosso mestre e que delegou aos seus sucessores a missão de continuar no desenvolvimento desta que pode ser a maior (r)evolução desta ciência nos últimos 100 anos.
Talvez se nós déssemos mais valor aos nossos brilhantes cientistas e suas produções, poderíamos exportar mais idéias do que importamos, pois certamente ouve-se falar muito mais de EVA, EBTIDA, SOX, IFRS, etc., do que do nosso promissor e tupiniquim Neopatrimonialismo.


Fabiano Paraíso - Todos os direitos reservados.

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